Os novos empreendimentos imobiliários já em construção ou em fase de planejamento estão transformando a região da avenida Gisele Constantino, em Votorantim. O momento do mercado é especialíssimo na área considerada uma das mais nobres da cidade. Há a certeza entre os investidores de que a cidade tem capacidade para absorver esse novo cardápio de ofertas habitacionais destinado especialmente ao público das classes A e B, com a previsão de abertura de 16 mil unidades imobiliárias na região nos próximos 5 anos. Embora um boom imobiliário traga consigo sempre alguns perigos - especulação e crescimento desordenado - o município apresenta sinais de que está preparado para as mudanças na sua geografia imobiliária e comemora os efeitos positivos provocados pela abertura dos novos empreendimentos.

Belvedere I e II, Aldeia da Mata, Parque Esplanada são alguns dos empreendimentos abertos recentemente e que juntos somam 1.400 unidades imobiliárias. O valor do terreno nesses condomínios destinados à classe B custa aproximadamente R$ 200 o metro quadrado. Já no Alpha Plus e Alpha Nova Esplanada, que somam mais 700 unidades, o metro quadrado de área não sai por menos de R$ 400. Em fase de aprovação nesta região existem outros vários projetos na Prefeitura, que representam mais 12 mil unidades imobiliárias. Na região, é possível perceber a evolução do comercial com a abertura de estabelecimentos que visam atender o segmento da construção civil, arquitetura e decoração - lojas que vendem cozinhas moduladas, lustres, pisos, materiais de construção, churrasqueiras e jardinagem.

"Podemos identificar essa região como uma das áreas nobres da cidade, inclusive como prevê nosso plano diretor. É muito positivo a implantação desse tipo de empreendimento porque os futuros moradores utilizam pouco os serviços públicos nas áreas de saúde, educação e promoção social", afirmou o prefeito Carlos Augusto Pivetta, que também cita como ponto positivo a melhoria do perfil comercial na região: "Os comerciantes estão investindo cada vez mais para atender essa nova clientela. Afinal, a expectativa é que além das unidades imobiliárias que já foram lançadas, serão abertos novos empreendimentos que receberão moradores com grande potencial de consumo", explicou o prefeito.

Pivetta também cita como fator positivo a abertura de milhares de vagas de emprego na área da construção civil. "Estudos indicam que para cada nova unidade imobiliária em um empreendimento de alto padrão como o Alphaville são abertos pelo menos 10 postos de trabalho. Isso significa um grande impulso na economia local", declarou.

Perigos

Embora comemore os efeitos positivos gerados pelos novos empreendimentos, o prefeito Carlos Pivetta declarou que o Poder Público precisa ficar atento aos problemas que serão gerados à médio e longo prazo na região. "O papel da Prefeitura será essencial como uma espécie de sócio da iniciativa privada. Em primeiro lugar, deve continuar fiscalizando e garantindo a ocupação ordenada do solo, agilizando na medida do possível os processos de análise dos empreendimentos, mas mantendo a rigidez em questões como a ambiental, por exemplo. Em segundo lugar, facilitando e promovendo o desenvolvimento econômico da cidade não apenas nessa região. E, por último, agindo com as ferramentas que possui para qualificar trabalhadores e garantir uma importante fatia de mão-de-obra para a construção civil. Essa parceria público-privada informal é fundamental no atual cenário de otimismo", explicou Pivetta, que ainda demonstrou outras duas preocupações.

Uma delas é com o transporte e sistema viário. "Imagina que dentro de 5 anos teremos mais 15 ou 16 mil novas moradias no local. O tráfego de veículos na avenida Gisele Constatino, por exemplo, se tornará impraticável. Por essa razão, já estou em contato com a Prefeitura de Sorocaba para encontrar alternativas para essa questão. Afinal, a avenida é continuação da Antônio Carlos Comitre uma das mais importantes de Sorocaba." Outro problema citado pelo prefeito em relação ao boom imobiliário foi o aumento dos preços dos imóveis em toda a cidade provocado pela expansão. "O mercado imobiliário está inflacionado em todas as regiões. Isso dificulta a aquisição de áreas pela Prefeitura para lançamento de loteamentos populares em outras regiões", alertou Pivetta.